Com número recorde de municípios avaliados, o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana 2024 (ISLU) mostra que somente uma entre 5.036 cidades obteve pontuação considerada "Muito alta". Em 2023, nenhuma chegou nessa faixa
A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente publicou a 9ª edição do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU), mapeamento nacional que mede o grau de aderência dos municípios brasileiros às diretrizes e metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Dos 5.036 municípios elegíveis para o estudo, 70% registraram pontuação considerada "Muito Baixa" e 18% obtiveram pontuação "Baixa". Apenas Bento Gonçalves (RS), atingiu nota considerada "Muita alta" na média dos atributos avaliados.
A partir dados públicos, o ISLU estabelece notas de 0 a 1 a partir da análise de diversos indicadores agrupados em quatro dimensões: engajamento do munícipio (desenvolvimento econômico e social e a cobertura do serviço de coleta), sustentabilidade financeira dos serviços via cobrança específica, recuperação de resíduos e impacto ambiental.
É considerado "muito baixa" a pontuação até 0,499, e "baixa" a pontuação até 0,599. A faixa de pontuação até 0,699 é classificada como "média", enquanto a pontuação até 7,999 está na faixa designada como "alta". Acima desse valor o município terá desempenho "muito alto" no ISLU.
Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com pouco mais de 120 mil habitantes, registrou pontuação 0,802, o único registro acima de 0,799. Na edição 2023, nenhuma cidade havia alcançado a primeira faixa de pontuação. A cidade registrou pontuação máxima em destinação ambientalmente adequada e sustentabilidade financeira, mas também teve desempenho "muito alto" em engajamento do município. O ISLU identificou espaços para melhoria em ações para recuperação de resíduos, que obteve pontuação considerada "muito baixa".
Na edição anterior do ISLU, em 2023, nenhum município brasileiro havia registrado nota acima de 0,799.
Grandes municípios
A capital catarinense, Florianópolis, e a cidade de São José, também em Santa Catarina, são, respectivamente, primeira e segunda colocadas entre os municípios com mais de 250 mil habitantes, seguidas por Niterói (RJ) e Joinville (SC). Ao todo, 116 cidades brasileiras com esse perfil foram elegíveis para o estudo.
Florianópolis obteve nota final 0,754, considerada "Alta", com pontuação máxima em destinação ambientalmente adequada, e 0,904 em engajamento municipal e 0,978 em sustentabilidade financeira dos serviços, todas na faixa mais elevada da avaliação. A maior cidade de Santa Catarina, contudo, teve desempenho considerado "Muito Baixo" em recuperação de resíduos, com apenas 0,047 nesse quesito.
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Assim como nas edições anteriores do ISLU, municípios localizados na Região Sul do País registraram as melhores pontuações médias em relação as das outras regiões., resultado das desigualdades socioeconômicas do país. Das 10 melhores avaliadas, sete são da região Sul e as outras três da Região Sudeste.
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As cidades maiores, com mais de 100 mil habitantes, tiveram, na média, pontuação melhor que as menores. No Rio de Janeiro, a cidade mais bem avaliada foi Niterói, a terceira no ranking nacional, com nota 0,751. Em São Paulo, Campinas encabeça o ranking, com nota 0,742, nona maior do país.
Confira os dados completos do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana 2024 (ISLU) em Link .
Sobre a ABREMA
A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA) foi fundada a partir da fusão das três principais entidades setoriais nacionais na área de gestão de resíduos: o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Associação Brasileira de Empresas Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre).
A Abrema reúne mais de 200 empresas de todos os estados brasileiros com a missão de fortalecer a representatividade deste segmento econômico junto a players estratégicos no Brasil e de potencializar as ações em defesa da implementação de soluções tecnológicas e ambientais para os desafios de uma economia sustentável e de baixo carbono no Brasil.
Entre os objetivos prioritários da Associação está a proteção do meio ambiente e a mitigação dos impactos causados pela geração de resíduos sólidos, além das questões tributárias e trabalhistas. Faz parte do trabalho da associação o apoio na formulação de políticas públicas que permitam fomentar a economia circular a partir de alternativas de valorização de resíduos, como crédito de reciclagem, energia e gás renovável e atrair investimentos para o setor com a solidificação dos pilares da segurança técnica, econômica e jurídica.