Em março de 2022, o IFSC Verifica abordou pela primeira vez o tema das mudanças climáticas. Na época, havia sido publicado o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que apontava os danos à saúde e ao meio ambiente que já estavam sendo observados em função dos efeitos do aumento da temperatura média global.
O que motivou a equipe do IFSC Verifica a tratar pela primeira vez desse tema, além da divulgação do relatório, foi a ocorrência de eventos extremos muito marcantes no Brasil. Naquela ocasião, a problemática enfrentada era a estiagem prolongada no Sul, que deixou prejuízos bilionários em 2022, e as enxurradas na região Sudeste, que varreram cidades como Petrópolis (RJ) e deixaram mais de 300 mortos. Juntos, esses fenômenos impactaram a vida de cerca de 25 milhões de pessoas nos estados do Sul e do Sudeste, segundo dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil.
Dois anos depois, em nova ocorrência extrema que vem chamando a atenção do país e do mundo, o problema no Sul, agora, é o excesso de chuvas. Desde o final de abril, as enchentes no Rio Grande do Sul devastaram cidades inteiras, tiraram a vida de mais de 170 pessoas e resultaram em perdas incalculáveis. O estado mal se recuperava de duas enchentes ocorridas no segundo semestre de 2023, que deixaram mais de 50 mortos.
O excesso de chuva concentrada num mesmo local é resultado de uma série de fatores que a Meteorologia já vem estudando há bastante tempo e que, no caso da nossa região, começa com o chamado fenômeno El Niño, que consiste no aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Em anos de El Niño, costuma ocorrer tendência de chuvas em excesso no Sul do Brasil - as grandes enchentes de 1983 e 1984 em Santa Catarina, por exemplo, foram decorrência do fenômeno - e de estiagem no Sudeste e Nordeste do país. O fenômeno oposto, chamado de La Niña - o resfriamento anormal das águas do Pacífico - gera efeitos contrários, com seca no Sul e chuva em excesso no Sudeste, como foi o caso daquele ano de 2022.
O que aconteceu no Rio Grande do Sul está explicado na ilustração abaixo: uma massa de ar quente e seco, estacionada na região central (2) impediu a passagem da frente fria (1), que, por sua vez, se intensificou com a vinda de ar úmido da Amazônia (3) e o El Niño (4).
De acordo com o professor Mário Quadro, doutor em Meteorologia e docente da área no Câmpus Florianópolis, é consenso que os fenômenos extremos têm se tornado cada vez mais intensos e ocorrido com maior frequência. E isso é decorrência do aumento na temperatura média da Terra, provocado pelo chamado efeito estufa, explicado no nosso post de 2022. Ao passo em que também já é consenso que as mudanças no clima, mais do que fenômenos naturais, sofrem interferência da ação humana, os cientistas também vêm alertando regularmente para a importância de medidas que contenham o aquecimento do planeta - que passam, sim, por atitudes individuais, mas, principalmente, devem partir dos governos, da esfera pública e das grandes corporações.
Nesse cenário nada simples, podem surgir questões como: é possível que um fenômeno tão intenso como o ocorrido atualmente no Rio Grande do Sul se repita? Santa Catarina, que é um estado com tanta experiência em enchentes e outros fenômenos, está preparado para uma eventual precipitação anormal?
Neste post, conversamos com os professores do IFSC, o meteorologista Mário Quadro e a engenheira sanitarista Maurília de Almeida Bastos, ambos do Câmpus Florianópolis, e o geógrafo João Henrique Quoos, do Câmpus Garopaba, para pensarmos sobre algumas lições que as mudanças climáticas vêm nos ensinando.
Os primeiros alertas globais acerca dos efeitos da ação humana sobre o meio ambiente podem ser situados em 1972, ano em que as Nações Unidas realizaram a primeira grande conferência sobre o meio ambiente, em Estocolmo (Suécia). De lá para cá houve uma série de outros encontros que promoveram discussões amplas a esse respeito, e os variados aspectos das mudanças climáticas entraram de vez na agenda da pesquisa científica.
Desde os anos 2000, os relatórios globais do IPCC trouxeram alertas para o perigo iminente da elevação da temperatura média do planeta em função da emissão de gases-estufa - razão pela qual também se ouve falar em “aquecimento global” como expressão equivalente a “mudança climática”. Mais do que previsões, esses alertas apontam tendências e mostram que os efeitos das mudanças climáticas já são uma realidade.
A saúde das pessoas é um dos aspectos impactados: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, entre 2030 e 2050, efeitos das mudanças climáticas devem causar 250 mil mortes a mais por ano, por causas como desnutrição, diarréia, malária e estresse térmico. “A gente não costuma associar o clima quente a problemas de saúde, em comparação com o frio, mas, com as mudanças climáticas, as ondas de calor têm sido cada vez mais frequentes e extremas, e isso tem muito impacto na saúde das pessoas”, observa o professor Mário Quadro. O clima muito quente e seco pode agravar condições crônicas como diabetes, asma e hipertensão, além de aumentar o risco de transmissão de doenças infecciosas.
As mudanças nos padrões do clima tendem a tornar mais frequentes não apenas as ondas de calor, mas também as de frio, fenômenos como vendavais e granizo e ocorrências de chuvas em excesso, como foi o caso recente no Rio Grande do Sul. Tudo isso pode ter impactos maiores ou menores dependendo das características das regiões atingidas, como explica Mário Quadro. “É uma conta que tem que levar em consideração vários fatores. Às vezes a gente tem um evento que é concentrado mas que ocorre numa região muito habitada, e aí o dano é gigantesco, catastrófico, mesmo que afete só uma cidade. No caso atual, foi um evento de muita chuva que teve impactos em muitas cidades ao mesmo tempo, por causa da distribuição dos rios”, comenta o professor. “Não só o Sul, mas o Brasil vai ter que repensar sua capacidade de lidar com esse tipo de fenômeno.”
Assim, as mudanças climáticas e os efeitos de eventos extremos, como o que afeta o Rio Grande do Sul, não é problema apenas de populações mais vulneráveis, mas de todos. “Precisamos ter um olhar diferenciado, não imaginar mais que não vai acontecer conosco”, alerta a professora Maurília de Almeida Bastos.
Em Santa Catarina, por exemplo, o Estado determinou que os comitês de bacia devem fazer treinamentos com a população e ter planos de defesa para que as pessoas possam sair das suas casas o mais rápido possível. Maurília explica que há tecnologias que simulam invasão das águas e que vão ajudar a saber qual a cota de alagamento para orientar planos de evacuação.
Outra medida importante, segundo a professora, seria mapear as áreas de risco e remover a população desses locais, algo que demanda ação principalmente do poder público, além da conscientização da população. Segundo a professora, cobrar do poder público e fazer a sua parte como cidadão deve ser uma realidade de todos.
A educação ambiental é um caminho para a mudança de consciência sobre a importância da preservação do meio ambiente. Todos os professores que ouvimos para este post concordam que o conhecimento científico sobre como lidar com as questões climáticas e preservar o meio ambiente vai permear as mais diversas áreas do conhecimento, além das profissões já tradicionalmente ligadas à área ambiental. Para que isso aconteça, as instituições de ensino devem ser protagonistas.
Para o professor João Henrique, o papel das instituições de ensino é defender um modelo de desenvolvimento e ocupação do solo sustentável e com embasamento científico, preparando as pessoas para o trabalho e a utilização da tecnologia. “Nós somos uma resposta para a sociedade, de que não é preciso somente ocupar os espaços irregulares para fazer dinheiro. Podemos ter outras formas, desenvolvendo ciência para gerar desenvolvimento”, completa. Para o professor, a Educação Ambiental pode ser uma disciplina específica, já ofertada pelo IFSC em vários cursos técnicos integrados. Porém, disciplinas como Geografia, Ecologia, Biologia, Química e Física podem trazer conteúdos para ensinar o que está acontecendo na atmosfera e a relação com os eventos climáticos.
A professora Maurília explica que um passo importante em direção a uma educação ambiental que envolva também a preocupação com questões sociais é curricularização da extensão, à qual o IFSC já está se adaptando. Segundo esta normativa, que é uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), parte do currículo dos cursos de graduação deve ser voltada a ações para a comunidade. “Esse viés já estamos trilhando há bastante tempo, mesmo antes da lei. Nós formamos o profissional para o mercado, mas também podemos humanizá-lo, por meio dessa consciência nos projetos de extensão”, afirma.
A educação ambiental também passa pela questão da mídia em geral e das mídias sociais. Com as enchentes no Rio Grande do Sul, o professor João Henrique começou a publicar vídeos em seu canal no Instagram e no canal criado pelos servidores do Câmpus Garopaba como ação de mobilização pela greve. São informações cartográficas e atualizações sobre os níveis dos rios do estado gaúcho obtidas pelo Laboratório de Geomática (MaGe). O canal do professor já tem mais de 5 mil inscritos e o vídeo sobre o mapa produzido na década de 60 pelo Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (Igra) já conta com mais de 400 mil visualizações. Também estão disponíveis aulas e imagens de satélite. Para ele, são uma forma de contribuir com a sociedade nesse momento e engajar os alunos.
-> Veja o canal do professor João Henrique Quoss no Instagram
As críticas recebidas no Instagram, segundo o professor João Henrique, “negando” a interferência humana na mudança do clima, podem ser interpretadas de formas diferentes. Uma delas, é a necessidade de se repensar práticas de ensino na ciência. “Temos que pensar onde estamos falhando para as pessoas não compreenderem essas coisas. A Geografia, como disciplina, existe há muitos anos, então, é possível que estejamos errando em algumas coisas”.
Outra observação do professor sobre a origem do negacionismo é a crença de algumas pessoas em que preservar o meio ambiente significa menos desenvolvimento econômico, menos empregos e empobrecimento, o que não é bem assim. Combater as mudanças climáticas não significa desacelerar a economia, mas realizá-la de forma sustentável. Por exemplo, não precisamos dizer que para preservar o meio ambiente é necessário deixar de andar de automóvel, mas desenvolver tecnologias para tornar os carros menos poluentes.
“Esta questão das enchentes no Rio Grande do Sul não está sendo do jeito que a gente queria, mas esse é um momento de divulgação da ciência. Temos que aproveitar essa oportunidade, pois as pessoas esquecem. Quando passar um certo tempo, as pessoas podem estar desgastadas com essa informação e não voltarem seus olhares para o valor da ciência”, relata o professor.
Não é possível pensar em prevenção e mitigação dos efeitos de desastres climáticos ou preservação ambiental sem se pensar no poder público. A criação de leis, definição de prioridades e aplicação de recursos passam por decisões governamentais e legislativas nas esferas federal, estaduais e municipais.
Para a professora Maurília, o cidadão ambientalmente consciente é aquele que vota em candidatos que defendem propostas concretas. “É preciso saber como votar e não se deixar levar por discursos fantasiosos. É preciso avaliar o discurso e questionar se a prática já foi feita. É desenvolver mais isso, de relacionar o discurso com a prática”, defende.
Um exemplo de consequência direta da não atuação do poder público foi, segundo a professora Maurília, a falta de manutenção dos mecanismos que evitariam as enchentes em Porto Alegre: as barreiras e o bombeamento de água sem manutenção contribuíram para o alagamento no centro da cidade. Da mesma forma, o professor Mário Quadro observa que as enchentes ocorridas em 2023 no Rio Grande do Sul poderiam ter servido de alerta e motivado medidas preventivas. “Mas pouco foi feito em termos de estrutura”, observa.
Neste momento, de acordo com a professora, o poder público precisa se preocupar com medidas mais imediatas, como as doenças transmitidas pela água, o lixo e o entulho proveniente dos alagamentos. Porém, as medidas a médio e longo prazos, como recuperação das cidades e medidas para prevenção devem ser implementadas. Segundo a professora Maurília, desastres ocorridos em 2022 e 2023 no Sudeste, como Petrópolis e Belford Roxo, foram alertas do que poderia acontecer no restante do país, mas “não sensibilizaram quem deveria investir recursos nessas áreas”.
O professor João Henrique e a professora Maurília defendem a criação de comitês municipais para discutir a questão ambiental, envolvendo as instituições de ensino e pesquisa, o poder público e a comunidade local, inclusive com poder de decisão sobre aplicação de recursos. “O fato de existirem comissões e comitês para discutir questões ambientais em grandes cidades, como Florianópolis tem e Garopaba está tendo agora, está mudando a visão sobre a questão climática. Vários municípios que são atingidos não têm essa comissão, aparece alguém vendendo uma solução que muitas vezes é apenas um produto. Quando você tem uma comissão, você consegue articular com todo mundo, inclusive a sociedade e o grupo de pessoas que vive ali”, explica o professor.
Além da legislação ambiental, a preocupação com o meio ambiente deve se refletir nos planos diretores dos municípios. Porém, para isso, é preciso enfrentar lobbies poderosos de alguns setores econômicos, alerta a professora Maurília.
Assim como a ciência pode ajudar a encontrar respostas para o desenvolvimento sustentável (que leve em conta aspectos ambientais, sociais e econômicos), ela também pode contribuir para a prevenção e a mitigação dos efeitos de eventos climáticos extremos.
Como citamos na matéria publicada em 2022, a tecnologia que temos hoje no Brasil permite que eventos extremos sejam monitorados e previstos. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, é responsável por monitorar e alertar regiões de risco em casos de eventos extremos (chuvas fortes, ventos, estiagens, entre outros).
O IFSC possui cursos que desenvolvem pesquisas e projetos de extensão na área ambiental, como por exemplo os cursos de Meteorologia, Saneamento (técnicos), Gestão Ambiental (superior de tecnologia), Engenharia Civil (bacharelado), Educação Ambiental (especialização), Clima e Ambiente (mestrado), entre outros.
Alguns exemplos de atuação nas enchentes do Rio Grande do Sul vêm do Laboratório de Geomática, do Câmpus Garopaba, com a participação de professores e estudantes:
Cartografia para a Força Aérea: O professor João Henrique foi solicitado a criar uma cartografia noturna da região de Porto Alegre para auxiliar na navegação de aeronaves da Base de Santa Maria da Força Aérea Brasileira.
Resgate em áreas rurais: Fornecimento de imagens por satélite para bombeiros voluntários realizarem resgates em áreas rurais do município de Agudo. “Diferente das áreas urbanas, onde houve muita inundação, no interior houve muitos deslizamentos de terra. Então, os bombeiros precisavam reconhecer onde estavam as casas que já estavam soterradas”, explica o professor João Henrique. Assim, as imagens de satélite foram comparadas com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontando a localização das propriedades rurais.
Parceria com ICMBio: O Laboratório de Geomática está preparando material cartográfico para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para atuação de campo em uma Unidade de Conservação no município de Rio Grande, onde desemboca a Lagoa dos Patos. O trabalho foi solicitado por ex-alunos do IFSC que hoje atuam no ICMBio e conta com a participação de alunos atuais.
Enchentes de 2023: Foram realizados levantamentos em 2023 na cidade de Venâncio Aires, no vale do Rio Taquari, atingida pelas enchentes, para delimitar a área atingida naquele momento.
Instrumentos representativos: A produção de material didático para escolas e instituições também faz parte do trabalho do Laboratório de Geomática. Estão sendo produzidas maquetes em 3D de bacias hidrográficas. Em parceria com o Geolab, da Udesc, foi produzida maquete da bacia hidrográfica do Rio Itajaí, com cópias entregues à Defesa Civil de Santa Catarina e ao município de Rio do Sul, e modelos de relevo do Rio Grande do Sul, que podem ser baixados para impressão.
Realidade aumentada: Foi criada uma imagem em realidade aumentada sobre as enchentes para uso em sala de aula. “A informação e o trabalho tecnológico em Geoprocessamento já está mostrando isso em cartografia e em digital. Temos dificuldade de tornar pública e abstrair essa informação para a comunidade, tornar as informações práticas e compreensíveis, inclusive fazer essa parte técnica ser entendida pelos políticos”, destaca o professor João Henrique.
Monitoramento em tempo real: O Instagram dos servidores em greve no Câmpus Garopaba e do professor João Henrique estão exibindo imagens demonstrando o nível dos rios das regiões atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul, a partir de dados locais.
Outra contribuição importante do IFSC será o Laboratório Multiusuário de Clima e Ambiente, projeto coordenado pelo professor Mário Quadro que foi contemplado com recursos de R$ 2,5 milhões do governo do Estado, via Fapesc. O laboratório vai coletar informações sobre padrão de chuva, vento, temperatura, ondas de calor e qualidade do ar, entre outras. O modelo de simulação climática vai conseguir definir com maior precisão as regiões suscetíveis a fenômenos extremos em Santa Catarina. Todos os dados coletados serão compartilhados com órgãos como a Epagri, o Instituto do Meio Ambiente e a Defesa Civil. A perspectiva é que o trabalho incremente a capacidade do estado de antever os eventos extremos e mapear regiões de risco.
O relatório mais recente do IPCC sobre os efeitos das mudanças climáticas é bastante objetivo: a preservação da cobertura florestal (ou a recuperação de áreas de vegetação degradadas) é a solução para reduzir praticamente todos os problemas: vão desde a fixação do solo e a delimitação de áreas alagáveis até a absorção de CO2 e a manutenção da qualidade do ar, passando por muitos outros benefícios (veja mais detalhes neste material da World Resources Institute Brasil).
Além de repensar a ocupação do solo na área rural, com manutenção da cobertura vegetal, seja em áreas de preservação permanente ou uso de práticas agrícolas que não deixem o solo exposto, é preciso repensar também as áreas urbanas. Por exemplo, muitas cidades catarinenses canalizaram seus rios e construíram núcleos urbanos em cima deles. Os rios que formavam curvas foram “retificados”, o que representa um risco em caso de fortes chuvas, pois a velocidade da água acaba sendo maior e sem área suficiente para o alagamento natural. “Eu estava fazendo trabalho de outra área e caminhando próximo a um rio, e vi a fundação de um prédio dentro do rio. Por não ter uma fiscalização, muitas pessoas acabam construindo dentro do rio e depois vão legalizar a construção”, explica a professora Maurília. Segundo ela, a legislação proíbe construir em cima de drenagens, regra nem sempre é cumprida.
O mesmo acontece no Litoral, onde não se respeitam as áreas de praia, e muitas construções são atingidas nas ressacas do mar ou mesmo soterradas por dunas. Nos dois exemplos, são os interesses econômicos que se sobrepõem ao social e ao ambiental, acarretando prejuízos a médio e longo prazos. “As pessoas precisam mudar os modelos de manejo, porque senão teremos situações ainda piores, dentro dessa guerra silenciosa, dessa ocupação desordenada, políticas direcionadas a interesses econômicos de certos setores, planos diretores que precisam ser atualizados dentro do contexto não só imobiliário, mas sim dessa ocupação urbana de acordo com as condições da natureza”, alerta a professora.
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