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“Bustin Down the Door” Tupiniquim. (por - David Arruda Husadel - Jornal LadoSul)

 

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Em 1976 o australiano Wayne “Rabbit” Bartholomew escreveu a matéria “Bustin Down the Door” na revista Americana SURFER. Após algumas temporadas de inverno onde os australianos estavam arrasando no Hawaii, Wayne descreve o surf havaiano, que dominava na primeira metade da década de 70, como medíocre, conservador e ultrapassado, onde os australianos e sul africanos estavam e iriam dominar a cena do surf mundial. Na ocasião os australianos foram perseguidos pelos “black trunks” na costa norte do Hawaii, brigas, desavenças e dentes quebrados. E o que seu viu nos anos seguintes, realmente, foi o domínio dos australianos e sul africanos por muitos anos. 
Algo similar acontece no momento com o “Brazilian Storm”. Não temos matéria polêmica em nenhuma revista internacional, mas estamos com atitude, postura e resultados. Nosso time no World Surfing League – WSL esta arrasando e vai arrasar muito durante os próximos anos. O que acabamos de presenciar na Gold Coast, com a vitória avassaladora de Filipe Toledo, foi um susto para australianos e americanos, pois eles perceberam que o problema não é somente Gabriel Medina, mas sim todo o pacote brasileiro. 
O Surf Brasileiro chegou, fruto de um trabalho de algumas décadas. Vou citar alguns fatos sobre a evolução do surf brasileiro, mesmo sabendo que muitos ficarão de fora.
Década de 70, Cariocas e Paulistas dominam o surf brasileiro e viajam pelo mundo.
1980 – Iniciam os Circuitos Catarinenses de Surf, referencia em organização.
1986 – Flavio Boabaid(SC) realiza o Intercâmbio Brasil x Estados Unidos para amadores.
1986 – Flavio Boabaid(SC) realiza o Hang Loose Pro Contest na Joaquina.
1986 – Renato Hikel(SC) traduz o livro de regras da ASP.
1987 – Inicio Circuito Brasileiro Profissional e amador.
1988 – Inicio, Roberto Valério(RJ) realiza o Circuito Company/Cyclone de surf amador.
1988 - Circuito OSP no Rio de Janeiro
1988 – Alfio Lagnato(SP) patrocina Teco Padaratz e Fabio Gouveia no Circuito Mundial.
1989 – Teco e Fabinho mostram ao mundo que o Brasil tem surf de competição.
Década de 90, surfistas brasileiros estão presentes e chegando no Circuito Mundial: Teco Padaratz, Fabio Gouveia, Victor Ribas, Ricardo Tatui, Jojó de Olivença, Guilherme Herdy, Tinguinha Lima, Renan Rocha, Pedro Muller, Neco Padaratz e Peterson Rosa, vencem etapas, se requalificam e criam o espaço brasileiro entre os Tops mundiais.
De 2000 a 2010, Super Surf no Brasil, circuitos amadores e profissionais estaduais e brasileiros, etapas do WQS e WCT, neste ambiente são criados Alejo Muniz, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Willian Cardoso, Miguel Pupo, Wiggolly Dantas, Italo Ferreira, Jadson Andre, Gabriel Medina, Caio Ibeli, Jean da Silva, Jesse Mendes, Ian Gouveia e muitos outros. Opa, e Silvana Lima e Pedro Henrique, que retorno contundente, com consciência e foco.
Assim tento mostrar que este Brazilian Storm vem sendo formado com boa visão, dedicação e planejamento de longo prazo. Valeu.
Na foto Renato Hickel e Xandi Fontes, dois protagonistas até hoje do Brazilian Storm.




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