Estou curioso, curiosíssimo, para ver a lista de candidatos e as possíveis coalizões que estão sendo engendradas para a próxima eleição. Pesquisas respondem a perguntas, faça as perguntas com fundamento e terás as respostas próximas do resultado. 

Posso perguntar, mãe Dinah, simplesmente, quem tem mais chance de se eleger. O que sempre fazem...

Posso perguntar, antes disto, que demandas tem a cidade e buscar nomes que tenham as ferramentas e o olhar para melhor implementá-las. E daí oferecer, exibir este binômio candidato-idéias para o eleitorado. Talvez o nome não emplacasse, mas este com idéias e projetos poderá surpreender.

Temos várias bancadas aqui em Garopaba, também: a religiosa, a dos negócios, a imobiliária, a do bem estar, a do esporte, as dos partidos tradicionais cada vez mais corroídas, a do asfalto e infra, e a que menos se organiza, a ambiental. 

Uma pena que talvez a bancada mais poderosa e pertinente, a que defenda a paisagem e a natureza, os nossos atributos e valores mais importantes,  seja uma babel. 

Tivéssemos partidos sérios e coerentes, professássemos fé nas ideologias, até entendo que os defensores do verde de cada segmento não se falem. Mas, convenhamos, o verde é maior do que estas junções momentâneas e circunstanciais. É a nossa principal preocupação e ponto de confluência. 

Espera-se mais dos atores do meio ambiente do que gestos e frases de efeito, de jogar para as Dulcinéias na torcida, ok caros fidalgos?

Sou bom de chute nas áreas que circulo , paisagismo e urbanismo, comportamento e mudanças deste. Já em política, nunca me aventurei a chutar. 

Conveniente às demais bancadas, no quadro da Babel da ecologia, o verde não emplaca ninguém. O tal balde de carangueijos...Uma sociedade que tem no verde e na ecologia as suas maiores preocupações, é uma tristeza não conseguirem sair deste labirinto que devora egos.

Temos verdes de todos os gostos, do verde da melancia ao verde do chuchu. Da folha da mandioca ao da grama Esmeralda com uréia. Cada verde destes, um olhar próprio da cidade e uma capacidade de se doar ao coletivo relativa, ressabiados e desconfiados que estamos. Com razão...

Então, postulantes a defender o verde e tudo mais que ele representa, tenham a dimensão desta tarefa e arregacem as mangas, relaxem as mandíbulas e rugas da testa, respirem fundo e escolham os reais moinhos de vento. Basta de romantismos quixotescos, às batalhas verdadeiras e necessárias se joguem!

Tem massa crítica para elegermos bem mais do que um membro para a casa do povo, meu chute, mas se segue a confortável disputa de protagonismo e holofotes, não elege-se um.

O meu voto é verde, verde de raiz, verde da cultura. Verde folha, verde da agricultura. Verde fruto, verde do desenvolvimento sustentável, amigável e generoso. Como eu, tem algumas centenas, passa do milhar,  à espera de um discurso com fundamento, de ousadia e bom senso. E não é só papo que vai colar, porque nestes tempos de pandemia, reaprendemos a prestar a atenção no olhar, no fundo dos olhos buscaremos a verdade. Querem nossa chancela? Ao trabalho, nobre trabalho de se apropriarem da nossa esperança, “somos todos ouvidos”....

Partidos políticos, prestem a devida atenção na hora de formular a relação de seus candidatos, os tempos mudaram, a bancada verde poderá ser poderosa. Não apostem demais nas que até então tocaram o nosso destino.       

Texto Kiko Simch - Engenheiro Agronomo Paisagista @kikosimch

Fotos - divulgvação