Não tem organismo, individual ou social, que resista a tanta guinada. Haja saúde, haja poupança, haja esperança.
A China resolve sair às compras e se empanturrar de grãos e minérios, dá-le exportar Brasil. Se tivesse quem fizesse balanceamento de esfera gigante, a Terra, colocaria uns trecos de chumbo nos buracos de Minas Gerais e nas terras do Cerrado. Não tem quem faça, então o mundo segue girando, gastando de forma desigual o rodado. Em Londres e na Suiça, alguns pilotos que tem o manche de Gaia, percebem uma trepidação. Em vez de consertar, se olham e sorriem, mandam comprar e vender, trocar de posição nas suas apostas.
E nós, seguimos na mesma posição, acocados. Crédulos na bonança e no arco-íris...
Uma cena que diz tudo: criança, arte, cultura, atitude, convívio, ação comunitária. Assim se joga este jogo de resgatar e valorizar a nossa essência, nos diferenciando deste mundo globalizado e tão igualzinho
Não acredito em solução macro, abrangente, justa e de longo prazo. Decidem no topo, cascateia e respinga nas bordas, já meio que uma meleca.
Acho legal quem tenha fundamento e narrativa e conseguiu abrir umas fendas nesta encosta e galgar, chegar perto e fazer a cabeça de alguns players, para que estes então atentem para questões ambientais. Espero que mais se juntem a estes, e assim, aos poucos, olhares e ações mudem lá no topo.
Mas sigo cético, lá no cume, só mudam por conveniência e exaustão do seu negócio, sua jazida que está por virar jazigo. Existe algo no cérebro humano que emperra com a idade ou quando se fala sempre com as mesmas pessoas. Quem comanda não desembarca, e só muda o rumo nos 44 do segundo tempo. Então tá combinado, lá no topo deixo para os comandos Alfa do ativismo ambiental atuarem, Lutzemberguers e Gretas.
Eu, aqui na margem do Atlântico, à margem do processo e do sistema, sou uma mistura de vietcongue na mata com pensador carioca num bar de esquina no Leblon. Guerrilhas verbais e muito xalalá.
Destas conversas cheias de romantismo sai uma banda de rock ali, um ataque quixotesco a um Moinho de Vento acolá.
Bom seria não precisarmos colocar placas, e que as pessoas tivessem noção do coletivo. Placas como esta, necessárias, dão um bocado de discussão entre vizinhos. Como disse, o jogo é de várzea, tem canelada.
Já no meu radar, talvez alguém passe e se agrade na conversa, e quem sabe, algo de diferente acontece...
Estas guinadas frequentes no globo mundializado..., precisam nos incomodar tanto? Não conseguimos desenhar um modelo não tão dependente do humor dos Deuses?
Meu radar e raio de ação aqui em Garopaba: um turismo fundamentado no meio ambiente e na cultura, uma construção civil modernamente sustentável e uma urbanização dialogando com o rural, fortalecido e tornado protagonista. Num mundo de especulação e apostas, estas as minhas.
Nossos jardins podem cumprir importante papel na questão ambiental:
permeabilidade do solo, atrair a avifauna, presença de espécies nativas, compensar nossa pegada de carbono, deixar a cidade mais amigável, mais humana como dizem. Nós vegetando, e os vegetais humanizando, ironia desta vida moderna.
Bolas para Davos e Hong-Kong, Paris e Bruxelas, esquecer Liverpool e PSG.
O jogo é de várzea, os players somos nós. Sim, estou aprendendo, já sei dar caneladas.
Exóticas invasoras em área de preservação ambiental, no caso as dunas da Silveira. Por lei é obrigado suprimir, outra confusão, vizinhos e amigos discordam e é difícil o consenso. Mas necessário, o futuro mostrará uma paisagem nativa exuberante e o acerto da medida.
Texto Kiko Simch - Engenheiro Agronomo Paisagista @kikosimch
Fotos - Divulgação