Queremos ser ouvidos e atendidos, respeitados. Mas não temos o costume de participar, de estudar, e de agir nem se fala. E é neste ajuntamento de pessoas e problemas que ocorre o espetáculo que assistimos, que afirmam ser a tal da cidadania.
A lona deste circo não cai, no caso a cidade e seu ambiente natural, porque tem muito assento vago e, quando a coisa fica feia, os palhaços distraem e não falta pão.
Temos atores virtuosos, que não querem saber de coletivo, atuam nas esquinas. Uma pena. Tanta sabedoria espalhada. Negam-se a participar da tediosa, nada glamurosas, trabalhosa tarefa de atuar em conjunto. Ensaiar, ouvir, atender, harmonizar, complementar o grupo, seria aviltante e não se rebaixam...
Bem, por que tanta figura, analogia e “abobrinhas”?
Porque é a primeira vez que escrevo aqui, e preferi dizer em linguagem de buteco o que é um fardo. E chamar a atenção também.
Este ano temos eleição municipal, revisão do Plano Diretor, definição do sistema de tratamento do esgoto central, questões que para serem bem conduzidas e encaminhadas necessitarão de atores mais dedicados.
Não é o vizinho que fez ou não fez, não é o prefeito que manda ou não manda, não é o vereador que votou ou não votou, e por aí vão as nossas desculpas.
Já se deu conta que a coisa tá entornando, fazendo água, preteando o olho da gateada? Bem, algo sempre pode ser feito, do tamanho do nosso desconforto ou capacidade de entrega.
Este ano, mais do que todos, exercer a cidadania será vital. Serão definidos temas que afetarão de forma determinante nossa relação com a cidade e com a paisagem. Podemos estar assistindo aquele momento em que voltar atrás seja tarefa ainda mais árdua, penosa.
Estude estes temas, fale sobre eles, construa sua opinião, compartilhe.
Vá nos fóruns onde são debatidos, se posicione, conteste ou apoie.
E, claro, vote consciente, mais consciente do que nunca.
Não deposite nos outros uma tarefa que é sua, e sua atitude, por menor que possam achar, é determinante.
Ah, sem o lugar-comum da cacofonia das redes sociais. Este fórum virtual será muito utilizado, mas será o “tetiateti” que dará qualidade e estabilidade às decisões.
Gargarejo com salmoura, copo d’água e muito latim, ao trabalho.
TEXTO - Kiko Simch - Engenheiro Agronomo Paisagista