Texto de Daniel Cassol, jornalista do IFSC
A Inteligência Artificial (IA) está transformando a educação de várias maneiras. Ela está ajudando a personalizar o ensino, oferecendo feedback imediato aos alunos e avaliando o progresso de maneira mais eficiente. Além disso, a IA está permitindo aos professores economizarem tempo ao automatizar tarefas repetitivas e liberando-os para se concentrar nas necessidades individuais dos alunos. A IA também está ajudando a aumentar a inclusão, pois pode proporcionar acesso a recursos educacionais a alunos com necessidades especiais ou com dificuldades de aprendizagem. No entanto, é importante que sejam tomadas medidas para garantir que a IA seja usada de maneira responsável e ética na educação.
Você deve ter percebido que a abertura deste texto é bastante otimista em relação ao impacto da Inteligência Artificial na educação. E talvez o motivo seja simples: o parágrafo acima foi escrito por uma ferramenta de Inteligência Artificial. Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT vem causando furor e anunciando grandes transformações na indústria de tecnologia. A plataforma que responde a perguntas e demandas diversas simulando a linguagem humana está em sua terceira versão e alcançou cerca de 100 milhões de usuários em dois meses – para se ter uma ideia da rapidez, o TikTok, rede social do momento, levou nove meses para atingir esta marca.
Se a comoção em torno da ferramenta é exagerada ou não, o fato é que o gigante Google, que até hoje hegemoniza os serviços de busca, acabou anunciando que também está trabalhando em um chatbot baseado em IA, o Bard, que pode fazer frente ao ChatGPT. A Microsoft renovou a parceria com a OpenAI para um "investimento multibilionário" na plataforma e já anunciou, entre as novidades, que deve integrar seu buscador Bing ao ChatGPT, transformando a ideia por trás das ferramentas de busca, e incorporar o sistema ao Microsoft Teams, que permite a realização de reuniões virtuais: o ChatGPT poderá "escutar" a reunião, redigir notas e o que foi encaminhado na conversa. O assunto é tão impactante que repórteres de tecnologia do jornal norte-americano The New York Times, Cade Metz e Karen Weise compararam o surgimento do ChatGPT com outros momentos disruptivos da história da internet.
O que há de novo no ChatGPT e que transformações esta ferramenta - e outras relacionadas à Inteligência Artificial - podem provocar especialmente na educação? É o que vamos discutir no post deste mês do IFSC Verifica. Para isso, conversamos com os professores Mario de Noronha Neto, do Câmpus São José, Michele Alda Rosso Guizzo, do Câmpus Criciúma, com o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Jesué Graciliano da Silva, com o pró-reitor de Ensino, Adriano Larentes, e com o pedagogo do Câmpus Criciúma, Fabrício Spricigo.
O que é o ChatGPT?
Ele é um robô virtual capaz de responder a perguntas e atender a demandas que vão desde compor uma canção a escrever um artigo acadêmico sobre um tema determinado. É possível resolver problemas matemáticos, desenvolver códigos de programação e até pedir sugestões de ideias para projetos ou questões pessoais, ainda que o próprio ChatGPT avise que não possa emitir opiniões.
O sistema foi criado pela OpenAI, empresa norte-americana fundada em 2015. Abastecido com um volume muito grande de textos e informações disponíveis na internet e treinado por técnicas de aprendizado de máquina, o modelo de linguagem usado dá ao robô a capacidade de prever palavras e frases que são escritas em um contexto específico a partir do "prompt" feito pelo usuário, ou seja, as perguntas - ou os comandos. É como um corretor automático do celular, que deduz estatisticamente qual a próxima palavra que você usaria, mas com essa capacidade turbinada com um volume muito grande de informações lidas previamente pelo robô.
GPT é uma sigla para "Generative Pre-Trained Tranformers". "Em termos menos técnicos, a técnica Tranformers consegue entender como cada palavra está relacionada com todas as outras da frase. A técnica identifica as palavras mais importantes e as coloca em ordem, em um processo de tradução", afirma o professor da área de Telecomunicações Câmpus São José Mário de Noronha Neto, que pesquisa questões relacionadas à tecnologias de comunicação sem fio, análise de dados e Inteligência Artificial. Generative significa que o modelo pode gerar textos semelhantes aos que foram utilizados no treinamento prévio, ou seja, Pré-Trained, realizado com uma grande quantidade de dados.
"O fato do ChatGPT gerar textos parecidos com os de humanos vem do processo de treinamento não rotulado, ou seja, dados sem um propósito específico que foram utilizados para o modelo identificar a estrutura e as especificidades do idioma em que está sendo treinado, que faz o modelo aprender estrutura e especificidades de um idioma, sendo capaz de gerar textos com muita similaridade aos que foram utilizados em seu processo de treinamento", explica Noronha, que já foi chefe do Departamento de Inovação do IFSC e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação.
Por que tanto alvoroço em torno do ChatGPT?
"Hoje existe uma quantidade muito grande de aplicações da Inteligência Artificial. Antes de falar delas, é legal entender o conceito de IA", sugere "Uma forma de classificar IA é se referenciando à IA estreita ou específica, e à IA geral. Tudo que ouvimos falar sobre IA hoje está relacionado à IA específica, que é implementada por técnicas de aprendizado de máquina e por aprendizado de máquina profundo. A IA geral vai na linha da Inteligência Artificial reproduzir a inteligência humana, capaz de realizar uma ampla variedade de tarefas cognitivas, e não há, pelo menos que eu saiba, exemplos de aplicações", explica.
Muitas pessoas já estão acostumadas a usar assistentes como a Alexa para atividades do cotidiano.Gostamos quando o YouTube gera legendas automaticamente para vídeos ou o Google nos ajuda com traduções. Nas grandes empresas, a Inteligência Artificial pode ajudar a prever questões como o comportamento do consumidor e a falta de produtos no depósito. Até mesmo a medicina caminha cada vez mais para o uso de Inteligência Artificial para aumentar a precisão de diagnósticos.Sistemas de reconhecimento facial vêm sendo utilizados para aumentar a segurança de dados, controlar acesso a grandes eventos ou para operações e investigações policiais
A Inteligência Artificial faz parte inclusive de projetos de pesquisa desenvolvidos no IFSC. Recentemente, uma formanda do curso de Engenharia Mecatrônica do Câmpus Criciúma desenvolveu um equipamento treinado para identificar, por imagens, a presença de um inseto que ataca a lavoura de maçã. Ana Cristina Castro fotografou a praga em diferentes estágios, gerou um banco de imagens e treinou o equipamento para identificar o inseto quando capturado na plantação.
Se a Inteligência Artificial já está presente em nosso cotidiano, trazendo praticidade em alguns casos e levantando preocupações importantes em outros, por que este alvoroço específico em torno do ChatGPT? Além do grandioso número de usuários alcançado rapidamente e da interface simples de usar mesmo por pessoas leigas, o ChatGPT chama a atenção principalmente pela sofisticação de suas respostas e porque simula muito bem uma conversa com um humano.
Por mais que o ChatGPT incorra em erros de informação, tenha um estilo textual mais genérico, não saiba responder a algumas perguntas e possa gerar discussões sobre o viés ideológico de suas respostas, é inegável sua habilidade em emular a linguagem usada em conversações, oferecendo textos coerentes, com razoável percentual de acerto, que podem ser usados em diferentes situações do cotidiano.
As funções vão além do texto: a aplicabilidade da ferramenta descortina muitas possibilidades - e as próximas atualizações devem aperfeiçoá-la ainda mais. O ChatGPT é capaz de escrever códigos de programação, resolver equações matemáticas e ajudar com ideias para projetos ou solução de problemas. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) apresentou uma ferramenta baseada no Chat GPT para gerar textos comuns às atividades administrativas do tribunal, como e-mails, portarias e resoluções.
Para a pesquisa deste texto, por exemplo, solicitamos que o ChatGPT sugerisse alternativas para a automatização do controle de qualidade de pisos cerâmicos. As respostas estavam condizentes com projetos existentes, conforme atestado por professores da área no Câmpus Criciúma.
Em comparação com sistemas como Alexa e Siri, o ChatGPT teria a desvantagem de não dar respostas sobre a previsão do tempo no dia ou sobre acontecimentos a partir de 2021, uma vez que suas respostas não são pesquisas instantâneas no Google, mas baseadas em tudo que aprendeu até aqui. Por outro lado, é capaz de gerar respostas sofisticadas por escrito, com estrutura coerente e de acordo com o formato, o tom e o objetivo solicitados pelo usuário.
Com muitos usos possíveis, vêm os riscos e temores. E o primeiro deles, como acontece quando surgem grandes inovações tecnológicas, diz respeito à possível extinção de empregos. "É importante lembrar que a IA é uma ferramenta e como tal, pode ser usada para melhorar ou simplificar o trabalho humano, mas também para substituí-lo", respondeu o ChatGPT quando perguntado sobre a questão.
Como o ChatGPT pode impactar na Educação?
A questão do emprego e do papel dos educadores também se torna um debate quando falamos da presença da Inteligência Artificial na educação. Fabrício Spricigo, pedagogo do Câmpus Criciúma do IFSC e doutor em Educação pela Udesc com uma tese sobre as transformações da educação no contexto da sociedade 4.0, lembra que algumas instituições de ensino já adotam, por exemplo, robôs para a correção de provas de estudantes, o que pode reduzir postos de trabalho e prejudicar a qualidade do ensino.
"Outra questão que assusta os professores é a questão do próprio plágio e da fonte. Se o estudante consulta suas produções textuais somente a partir dessa base de dados, como já temos o Google, o Chat GPT vem nesta mesma linha mas de modo mais aperfeiçoado, porque a Inteligência Artificial já faria esse trabalho [de conexão dos conteúdos], o que poderia ser utilizado de forma a burlar o sistema educativo, a forma como a avaliação é realizada hoje", afirma.
-> O que pode ser considerado plágio? Entenda no post do Blog do IFSC!
"O ChatGPT põe em xeque questões de autoria e produção de conhecimento, e esses são os principais resultados que o professor espera obter com uma boa aula. Assim, a utilização de uma ferramenta que ‘pensa’ pelo aluno assusta com a ideia de que não será mais possível observar no dia a dia a evolução da aprendizagem dos nossos estudantes", explica a professora do Câmpus Criciúma Michele Alda Rosso Guizzo, doutora em Informática na Educação pela UFRGS.
Algumas soluções parecem estar sendo usadas para driblar o uso do ChatGPT. Outras instituições buscam driblar o uso do ChatGPT pelos estudantes, adotando mais avaliações escritas à mão. Também existem ferramentas capazes de detectar se determinado texto foi escrito com auxílio de Inteligência Artificial - uma delas foi desenvolvida pela própria OpenAI, criadora do ChatGPT.
O problema não fica restrito à sala de aula. A prestigiosa revista científica Nature anunciou que não aceitará o ChatGPT como autor de um trabalho de pesquisa, mas permitirá o uso de ferramentas de Inteligência Artificial desde que essa informação apareça na metodologia ou nos agradecimentos, por exemplo.
Além do ChatGPT, outra ferramenta criada pela OpenAI é o DALL-E, que funciona como o ChatGPT mas, em vez de textos, é capaz de gerar imagens e ilustrações a partir de pedidos feitos por escrito. No mesmo sentido, o Midjourney funciona dentro do Discord, plataforma já muito utilizada por estudantes, e de forma colaborativa também gera imagens a partir de demandas por texto.
Todas as artes desta reportagem, publicada originalmente neste link, foram elaboradas por IA. Não incluímos as artes no e-mail por conta do tamanho dos arquivos.
ChatGPT: inimigo ou aliado?
A discussão que se abre diz respeito às possibilidades trazidas pelo ChatGPT e ferramentas similares. E sobre a postura que a escola deve adotar diante delas.
"Esse será mais um desafio a ser enfrentado. Já ficou provado por meio de outras tecnologias que proibir não é o caminho. As tecnologias estão aí, mudaram a maneira como realizamos várias atividades no nosso dia a dia, então com a educação não seria diferente. O professor precisa compreender essa tecnologia e buscar estratégias, de modo que ela possa ajudá-lo no processo de ensino e aprendizagem. Assim, ela poderá ser uma nova ferramenta para ajudá-lo na busca de estudantes mais críticos, reflexivos e preparados para avaliar ideias e construir seus próprios argumentos", diz a professora Michele Guizzo.
Em direção semelhante, o professor Mario de Noronha Neto lembra que ainda temos pouca experiência com o uso do ChatGPT na educação para identificar qual seria a postura mais adequada das instituições de ensino. Se por um lado a ferramenta pode ajudar estudantes com ideias ou com a melhora na escrita, também pode trazer informações erradas. "Neste sentido, se o aluno não tiver um conhecimento prévio do assunto e não buscar outras fontes de informação, poderá entender de forma equivocada assuntos importantes para sua formação. Neste ponto, é muito importante que a instituição incentive o pensamento crítico e a pesquisa nos alunos", afirma Noronha.
O professor do Câmpus São José concorda que é infrutífero tentar evitar que os estudantes utilizem a ferramenta. "Uma ação importante é trabalhar o uso ético dessas e de outras tecnologias. Este ano provavelmente veremos bons e maus exemplos de uso do ChatGPT na educação. Caberá a nós avaliarmos, entendermos e explorarmos o potencial dessa ferramenta para melhoria do processo de ensino", propõe.
Se proibir não é o caminho e "driblar" o ChatGPT também é uma forma de tentar ignorar sua existência, caberia ao professor ser criativo e estimular a autonomia dos estudantes diante dessas ferramentas. O Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFSC, Jesué Graciliano da Silva, produziu, com auxílio do próprio ChatGPT, um manual de 110 páginas com dicas para que professores façam bom uso da ferramenta.
A aposta do professor é usar o ChatGPT não como um ponto de chegada, mas como um ponto de partida para desafiar os estudantes e estimular a participação."Ao criar tarefas interativas e desafiantes para os alunos, o ChatGPT ajuda a aumentar a participação e o interesse dos estudantes, o que é fundamental para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem", escreve, ponderando quanto aos erros e limitações da plataforma.
Jesué sugere que os professores utilizem o ChatGPT como apoio para a preparação de aulas e para estimular e enriquecer discussões em sala de aula, por exemplo. O grande pulo do gato, neste particular, é focar menos no que o ChatGPT vai responder e mais na qualidade do que vamos perguntar.
Em recente coluna publicada no jornal Folha de S. Paulo, o pesquisador e professor especializado em tecnologia, Ronaldo Lemos deu exatamente esse exemplo . Ele não só não proíbe como exige que seus alunos do Schwarzman College, da Universidade de Tsinghua, na China, utilizem o ChatGPT para fazer seus trabalhos. Porém, em vez de avaliar a resposta que a ferramenta oferece, o professor avalia a qualidade dos "prompts", como são chamadas as perguntas - ou os comandos - feitos para o robô.
O pró-reitor do IFSC sugere quatro passos para uma boa pergunta ao ChatGPT: ser claro e objetivo na demanda, escrever corretamente e com precisão, usar linguagem respeitosa e profissional e fornecer contexto para que o sistema compreenda o que você está procurando.
No âmbito da Pró-Reitoria de Ensino do IFSC, o entendimento neste momento é que o tema deve fazer parte das atividades de formação dos servidores tanto na Reitoria quanto nos câmpus da instituição, a fim de que a comunidade acadêmica possa entender melhor o fenômeno e as principais consequências na educação.O tema é assunto de debates e alguns câmpus já preparam atividades de formação para servidores e estudantes.
"Em momentos como este, de incertezas e dúvidas, é preciso valorizar os momentos de estudo e de avaliação coletivos e presenciais, que estimulem o desenvolvimento cognitivo, a criticidade e a elaboração própria dos estudantes. E também nunca esquecer do papel central que tem cada professor e professora como produtores e organizadores dos conteúdos escolares e dos processos de construção do conhecimento e humanização dos nossos estudantes", afirma o pró-Reitor de Ensino, Adriano Larentes da Silva, doutor em História e realizou cursos de pós-doutorado nas áreas de Educação e Políticas Públicas e Formação Humana.
Adriano defende um debate mais amplo sobre os interesses por trás do ChatGPT, partindo da discussão sobre a instrumentalização das tecnologias para a maximização dos lucros no atual contexto do capitalismo. Na educação, diz o pró-Reitor, é fundamental que todos os envolvidos estejam atentos a novidades como o ChatGPT, mas defende uma postura equilibrada. Nem otimista, nem catastrófica, mas crítica.
"É importante sempre evitar análises e conclusões muito otimistas ou eufóricas, que mostram as tecnologias como redentoras dos inúmeros dilemas educativos, e também perspectivas que, atentas apenas às conjunturas muito recentes, acabam por vezes, de forma apressada e enviesada, tornando-se catastróficas", conclui Adriano.
Qual é o futuro da escola?
O pedagogo do IFSC Fabrício Spricigo sustenta que as mudanças são mais amplas que o uso de assistentes virtuais ou outros recursos por alunos e professores. As transformações no mundo do trabalho provocadas pela tecnologia exigem que a própria escola se transforme. Se a Inteligência Artificial pode executar tarefas repetitivas, ocupando até mesmo o lugar do humano, e auxiliar estudantes e professores na busca de informações e na solução de problemas, o papel da escola deveria se ampliar, promovendo uma formação de cidadãos capazes de encarar o mundo em constante transformação.
"O mundo do trabalho está exigindo cada vez mais o desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais. A maioria das empresas contrata profissionais pela dimensão cognitiva, mas o número de demissões é cada vez mais pela dimensão sócio-emocional. Esse mundo cada vez mais incerto e imprevisível exige do sujeito cada vez mais o domínio dessa dimensão que é extra-cognitiva. Eu acredito que, para além do cognitivo, a dimensão sócio-emocional da instituição de ensino nunca vai se perder", afirma.
Spricigo reforça que acesso à informação é diferente de conhecimento, e é papel da escola formar cidadãos críticos e com capacidade de reflexão e ação diante dos problemas que se apresentam. Mais do que o acesso à informação, será necessário que o profissional e cidadão do futuro seja capaz de transformá-la em conhecimento, a partir da reflexão sobre a ação.
"A escola, historicamente, sempre privilegiou o conhecimento puramente teórico. Porém, essa realidade vem mudando. A mudança nas políticas educacionais contemporâneas aponta para a necessidade de desenvolvimento de outros conhecimentos que perpassem o saber-pensar e o saber-agir, diminuindo a distância entre teoria e prática no intuito de promover mudanças e produzir novos conhecimentos que beneficiem o organismo social", diz o pedagogo do Câmpus Criciúma. "Nesse processo, o papel do professor não será como o de outrora em que tal personagem era a única fonte de conhecimento. Hoje e no futuro se desenham cenários em que a docência exercerá muito mais o papel de mediação pedagógica entre os objetos de conhecimento e os estudantes. Por isso, o educar pela pesquisa e extensão se tornam tão significativos", propõe.
O que pensa o ChatGPT?
Para encerrar essa reflexão sobre os impactos da Inteligência Artificial na educação, decidimos perguntar ao próprio ChatGPT o que ele pensa sobre a questão. Confira a breve "entrevista" realizada com a ferramenta.
• Qual você acha que será o impacto do ChatGPT nas escolas?
Acredito que o impacto do ChatGPT nas escolas pode ser bastante positivo, uma vez que ele pode ser utilizado como uma ferramenta educacional eficaz para ajudar os estudantes a aprender de forma mais rápida e eficiente. Ele pode ser utilizado para responder rapidamente a perguntas de pesquisa, fornecer informações e dicas para resolução de problemas, e até mesmo para simular diálogos em sala de aula para treinar habilidades sociais e de comunicação. Além disso, o ChatGPT pode ser acessível e conveniente para estudantes em todo o mundo, o que pode ajudar a ampliar o acesso à educação de qualidade.
• Os estudantes não ficarão dependentes da ferramenta? Não deixarão de aprender por conta própria, sabendo que as respostas estarão todas aqui no ChatGPT?
É possível que alguns estudantes possam ficar mais dependentes do ChatGPT e, como resultado, possam perder o hábito de aprender por conta própria. No entanto, creio que o uso do ChatGPT pode ser uma ferramenta complementar ao processo de aprendizagem, e não uma substituição. É importante que os professores e os pais orientem os estudantes a usar o ChatGPT como uma ferramenta para aprimorar suas habilidades de pesquisa e aprendizagem autônoma, e não como uma fonte de respostas fáceis. Dessa forma, o ChatGPT pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar os estudantes a desenvolver habilidades críticas de pensamento e aprendizagem ao longo da vida.
• Como combater o plágio? Qual deve ser a política de citações e referências na utilização do ChatGPT como fonte de pesquisa?
Combater o plágio é uma responsabilidade compartilhada entre os professores, os pais e os estudantes. Quando se trata do uso do ChatGPT como fonte de pesquisa, é importante ensinar aos estudantes a prática adequada de citação e referência, independentemente da fonte utilizada. Aqui estão algumas dicas para ajudar a evitar o plágio ao usar o ChatGPT como fonte de pesquisa:
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